O desenho faz parte da minha vida, desde pequeno e todos a minha volta percebiam isso, e esse “gostar de desenhar” estava cada vez mais evidente na minha vida, e quando criança considerava apenas uma das mais diversas brincadeiras num dia de chuva qualquer.
E logo no início da vida escolar, já realizava os primeiros desenhos, sempre tendo como referência visual algum gibi da época e os seus personagens, normalmente na hora do recreio onde todos os estudantes corriam de um lado para o outro, eu estava lá sentado realizando a primeira cópia do personagem do Pateta feita a mão livre, e sem o uso da borracha ao copiar sem errar, de forma perfeita, fiquei animado e não parei mais desde então isso em 1984.
O meu tio ao ver os primeiros desenhos, preencheu e solicitou por reembolso postal o livro “COMO FAZER CARICATURAS” do Autor Mendez. Os quais têm até hoje e serviu de impulso na arte de desenhar as pessoas mais próximas.
Realizei todos os exercícios do livro e tomei gosto pela arte da CARICATURA, desenhei vários amigos, professores, conhecidos, parentes.
Meados de 1993 encontrei na escola onde estudava o meu grande amigo Rodrigo Knack o qual também desenhava, e sempre nos reuníamos em uma das residências para desenhar e sempre ouvindo os programas de humor transmitidos na rádio da nossa preferência.
E esses programas nos inspiravam para ter as mais variadas idéias cômicas do dia-a-dia e com o passar dos dias, tivemos a brilhante idéia de criar uma revista chamada carinhosamente de “MERDS” era uma revista recheada de Ilustrações, comerciais dos produtos mais conhecidos do mercado só que de forma satirizada.
Ao concluir cada revista, a expectativa dos alunos era monstruosa para ter em mãos e ler a revista, assim íamos emprestando a revista para cada membro da sala de aula lembrando que o exemplar era único e exclusivo conhecida também como a revista em prestável, pois íamos emprestando de pessoa para pessoa.
Caso o estudante não a devolve-se, pagaria a nós um pacote de papel sulfite a4.( Matéria prima para a construção da revista)
As escolas têm as feiras de ciências, onde todos os alunos apresentam os seus trabalhos escolares, maquetes dentre muitos outros.
Nós não tínhamos nada para apresentar na feira de ciências, a não ser as revistas pensei e porque não? Rodrigo disse ok, vamos colocar as revistas e alguns desenhos e então foi o que fizemos nesta semana.
Todos adoraram o nosso trabalho, e durante a feira recebemos a visita de uma estudante de psicologia da Universidade Federal do Paraná que se encantou com a nossa revista.
E fomos convidados por ela, a ir até a sua sala para conversar com os seus amigos de turma sobre o processo criativo de desenvolvimento da revista.
E lá fomos nós, um dia realmente inesquecível para dois adolescentes de 15 e 14 anos de idade, jantamos com um dos seus professores e a estudante o professor Gastão, o qual tinha vontade de investir na nossa idéia e publicar o nosso material, mais como éramos apenas dois garotos imaturos, e sem responsabilidade e sem o incentivo dos pais o projeto não foi para frente.
Com isso, saímos na imprensa local e fomos entrevistados pelo jornal da região chamado de “Agora Paraná”
que era distribuído por toda região metropolitana, ganhando um espaço no jornal para publicar as tiras de humor.
Não recebíamos nada por isso mais era muito prazeroso desenhar para um jornal, e ficamos lá até mudar a direção.
E os anos foram passando, e cada vez mais estava praticando e devagar os desenhos iam evoluindo, conforme ia se treinando.
Certa vez estava em um bar, e encontrei com o meu grande amigo Algacir José Baggio Júnior e este grande amigo me cobrou a sua caricatura que eu estava devendo já há algum tempo.
Resolvi fazê-la ali mesmo e o bar estava lotado de clientes, não havia mesa para todos e muitos estavam em pé aguardando um lugar para se sentar, e estava com os materiais de desenho dentro do carro, e fiz ali mesmo a sua CARICATURA, ao concluir todos que estavam em torno de onde eu me alocava, começaram a me questionar ei, cara quanto você cobra para desenhar a minha namorada? E a minha filha saiu quanto? O me desenha ai também, e os pedidos foram surgindo de uma forma inesperada e fui enchendo a carteira de dinheiro ali mesmo. Saí de lá com aproximadamente R$: 80,00 reais e fiquei muito feliz com tudo que aconteceu aquele dia.
A partir daí, comecei a vender as minhas caricaturas e com o passar dos anos fui conhecendo outros artistas que vivem através desta arte e ao conhecer o Marcelo Martins, fui convidado por ele a desenhar os convidados em alguns eventos, sentia um frio na barriga mais aos poucos fui pegando a prática para desenhar ao vivo.
E fui aos poucos melhorando o traço, e a velocidade nos desenhos apurando a cada face o olhar deixando assim o caricaturado mais parecido com o que eu acabava de realizar.
Ao me infiltrar neste meio artístico, conheci muita gente dentre estas pessoas estão, Ari Vicentini, Augusto, Franciele, Sampaio, Marcelo Martins, Laqua, Wagner, Francis, Guerra, Paixão, Everaldo, Dirceu, e muitos outros.
Desde então não parei mais aprendendo sempre com os amigos que citei acima e cada dia mais treinando mais.
Tinha como meta um dia, de conseguir um espaço no Shopping tentei por inúmeras vezes ligando para lá e tentando agendar uma conversa com o setor de Marketing do Shopping quando falava que pretendia fazer CARICATURAS, a telefonista alegava olha já temos gente que desenha aqui e infelizmente não posso te ajudar.
Não contente, tentei por mais outras vezes até que um dia ao conversar com o artista , e fui convidado a dividir o espaço com ele.
Aceitei de imediato, e estou muito feliz com esta conquista que sempre o almejei e estava lá fazendo a divulgação do nosso trabalho e eu com as minhas CARICATURAS, através do conheci grandes pessoas que estão sempre me ajudando a cada vez mais disseminar a arte da CARICATURA que são elas: Cleuza do Ateliê Elluarts, Henrique e Alice filhos, Juanico di Salvo autor do livro “Penso Logo Complico”, Kristian Guerra, Adriana e Jorge que trabalham no Hospital Evangélico em Curitiba, Senhor Odair, que é coordenador no hospital Santa Cruz, Ticyane Morales, meus país e muitas outras pessoas que graças a Deus estão sempre ao meu lado me ajudando. Deixo aqui o meu muito obrigado a todos, peço desculpas caso tenha esquecido o nome de alguém, mais é muita gente.
